Para que as inundações não voltem a acontecer
Diferentemente do que algumas mensagens tentaram nos fazer crer, a tragédia no Rio Grande do Sul não foi um desígnio divino, tampouco era impossível de ser evitada. A memória do que aconteceu, e o exercício permanente de reflexão e planejamento, além, é claro, dos investimentos corretos, são essenciais para que, mesmo com eventos extremos cada vez mais comuns, seja possível mitigar os impactos em ocorrências futuras.
No episódio de encerramento da primeira temporada de Comunicação Universitária em Rede, Mariana e Marcílio conversam com Fernando Dornelles, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, sobre as falhas no sistema de proteção a inundações de Porto Alegre e o que fazer para evitá-las no futuro. Marcelo Vargas, do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, fala sobre de quem é a responsabilidade pela gestão de recursos hídricos e do saneamento básico no Brasil.
E, no segundo episódio da série “As Cidades e as Águas”, conhecemos os problemas específicos enfrentados nos municípios situados em regiões do bioma Cerrado, em entrevistas com Giovanna Vital, da UFU, e Renata Bovo Peres, da UFSCar.
Águas depois da enchente
Episódio aborda pesquisas e políticas de monitoramento da qualidade da água em situações de desastre como o das chuvas no Rio Grande do Sul e, também, de rompimento de barragens em Minas Gerais.
Claudinei Baldissera, Diretor Técnico da Emater (Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural), fala sobre impactos na disponibilidade de água no campo.
Salatiel Wohlmuth da Silva, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, conta do monitoramento que indicou níveis elevados de E. coli e coliformes totais na água da enchente em Porto Alegre.
E, de Minas Gerais, Marcelo Libânio, da UFMG, compartilha a experiência de quase uma década monitorando a água do Rio Doce após a tragédia de Mariana.
No episódio desta quarta-feira (10.6), ouvimos a biomédica, pesquisadora e influencer, Mellanie Dutra. Ela destaca a necessidade de mecanismos e instrumentos de alerta para que a população possa se prevenir, pois as catástrofes decorrentes de emergências climáticas não são eventuais, mas episódios permanentes. O pesquisador Jones Machado, coordenador do Observatório da Comunicação de Crise (OBCC), da UFSM, reitera a importância dos alertas e destaca a necessidade de estratégias que auxiliem na prevenção dos efeitos das catástrofes climáticas. Comunicação Universitária em Rede - Emergência Climática Rio Grande do Sul também volta as atenções para o Pantanal e traz informações sobre os incêndios neste bioma.
https://www.ufsm.br/projetos/institucional/observatorio-crise
https://www.instagram.com/mellziland/
https://www.gov.br/mma/pt-br/composicao/secd/combate-a-incendios-no-pantanal/boletim_pantanal_28-6.pdf
AS CIDADES E AS ÁGUAS
A professora Giovanna Damis Vital, da Universidade Federal de Uberlândia, inaugura a série que tratará de diferentes aspectos relacionados aos riscos de enchentes que, segundo levantamento do Governo Federal, estão presentes em cada 1 de 3 cidades brasileiras. A pesquisadora fala sobre como projetar cidades que respeitem as águas.
Conheça também a história de Barra do Rio Azul, município de 1.600 habitantes no noroeste do RS que está contando com o apoio da Universidade Federal da Fronteira Sul para se proteger de desastres futuros.
Link para estudos do Governo Federal sobre riscos de inundações:
https://apublica.org/wp-content/uploads/2024/05/Nota-Tecnica-1-2023-SADJ-VI-SAM-CC-PR_SEI_00042.000497_2023_74_No-Brasil-3-a-cada-4-vivem-em-municipios-com-mais-risco-de-desastres-causados-por-chuvas.pdf
Da mesma forma que os primeiros socorros físicos evitam desfechos irreversíveis em acidentes, por exemplo, os primeiros socorros psicológicos têm o papel de mitigar impactos, inclusive em desastres como o das cheias no Rio Grande do Sul. Neste episódio, Maria de Jesus Dutra dos Reis, pesquisadora do Departamento de Psicologia da UFSCar, explica o que são os primeiros socorros em Saúde Mental e a sua importância.
Conheça também o projeto “Diário de Ideias”, da Universidade Federal de Uberlândia, que uniu crianças mineiras e gaúchas em uma rede de empatia, carinho e solidariedade.
Link para participação em pesquisa sobre Saúde Mental no RS: https://pt.surveymonkey.com/r/suporteRS
Centro Sul-Brasileiro para Previsão e Mitigação de Impactos de Eventos Extremos e Mudanças Climáticas
A Reitora Isabela Andrade, da Universidade Federal de Pelotas, e o Reitor João Braida, da Universidade Federal da Fronteira Sul, apresentam a proposta do Centro Sul-Brasileiro, que busca colocar o conhecimento científico a serviço do enfrentamento da emergência climática. O Presidente da Finep, Celso Pansera, também comenta o potencial da CT&I e como a Financiadora de Estudos e Projetos está planejando o apoio às iniciativas.
Link para inscrição no Seminário Finep: https://events.teams.microsoft.com/event/778d39a0-2f2d-4d68-8f7b-9a7480a38ebd@0e6721eb-7305-416a-ad2b-a24003a0cd68
Neste episódio, reportagem detalha o conceito de Saúde Única, abordagem que integra a Saúde Humana à Saúde Animal, Vegetal e ao Ambiente. Joyce Schramm, Secretária Executiva da Rede Saúde Única Fiocruz RS; Márcia Chame, Coordenadora do Centro de Informação em Saúde Silvestre da Fiocruz; e Ilma Brum, Diretora do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS, falam sobre o tema.
No segundo bloco, Christovam Barcellos, um dos coordenadores do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, fala da relevância de ter dados atualizados como subsídio à tomada de decisões em contextos de crise.
Site do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/
Com rodovias e estradas vicinais interditadas, não há escoamento da produção. Com quase 1000 silos impactados, como armazenar os grãos? Mortos, são 1.198.489 aves, 14.806 bovinos de corte, 14.794 suínos, dentre outros animais. Juntam-se a isso a contaminação de água e solo e a perda significativa da capacidade de produção pela erosão do solo.
No episódio de hoje, Clênio Pillon, Diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, aborda esses impactos sobre o campo gaúcho para apresentar o plano de recuperação elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, com ações em três vertentes: da solidariedade no momento da tragédia, das medidas emergenciais e, finalmente, da recuperação em médio e longo prazos.
Material complementar:
Relatório da Emater sobre impactos do evento extremo na produção rural no RS: https://www.estado.rs.gov.br/upload/arquivos/202406/relatorio-sisperdas-evento-enchentes-em-maio-2024.pdf
O episódio inaugura série sobre transformações necessárias no modelo de produção, distribuição e comercialização de alimentos no Brasil. Reportagem especial com Antônio Inácio Andrioli, pesquisador em Sociologia Agrária da UFFS, explica os conceitos de soberania e de segurança alimentar, destaca impactos em momentos de crise como a vivida no Rio Grande do Sul e fala sobre como a produção científica precisa apoiar o desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil.
Do Campus Lagoa do Sino da UFSCar, instalado em fazenda produtiva doada à Universidade pelo escritor Raduan Nassar, Márcio Rogério Silva, docente e pesquisador em estudos de trajetórias sociais da UFSCar, traz exemplos de projetos desenvolvidos em parceria com associações e cooperativas de agricultura familiar. E você ouve também depoimentos de coordenadores do MST sobre a atuação no desastre no Rio Grande do Sul.
Existe antídoto à desinformação?
Desinformação e fake news: é tudo a mesma coisa? Como a desinformação afeta a qualidade das decisões que tomamos? Que notícias falsas têm complicado ainda mais a situação no RS? É possível combater esse cenário?
Um time de especialistas responde a estas e outras questões no episódio: Raquel Recuero, da UFPel; Geane Alzamora e Daniel Melo Ribeiro, da UFMG; e Deisy Ventura, da USP.
Material citado no episódio:
Site da Rede de Pesquisa em Semiótica, Interações e Materialidades Midiáticas - Rede SIMM (https://redesimm.wordpress.com/)
Download do livro “SOCIEDADE DA DESINFORMAÇÃO E INFODEMIA”: https://seloppgcomufmg.com.br/publicacao/sociedade-da-desinformacao-e-infodemia/
Artigo “A CAPTURA IDEOLÓGICA DOS MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL DA OMS NA NEGOCIAÇÃO DO ACORDO INTERNACIONAL SOBRE PANDEMIAS”: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/rYVGTW39rrDrF4r9QvxvNHh/?lang=pt#
Relatório NETLAB sobre desinformação no RS: https://netlab.eco.ufrj.br/post/enchentes-norio-grande-do-sul-uma-an%C3%A1lise-da-desinforma%C3%A7%C3%A3o-multiplataforma-sobre-o-desastre-clim%C3%A1ti
Informação para quem precisa, informação tem que ser precisa. Comunicação acessível e como direito.
Um mês no ar. No episódio de hoje, o cientista Marco Antonio Bonito, da Unipampa, chama a atenção para a necessidade de a informação estar acessível a todos e todas, especialmente, para quem têm alguma deficiência. De acordo com o IBGE, o Rio Grande do Sul tem 1,116 milhão de pessoas com algum tipo de deficiência. Há também o relato da intérprete de Libras, Andrelize Gonçalves, que descreve a mobilização de um grupo de voluntários para tornar conteúdos acessíveis para surdos. Encerramos com uma reportagem, de Marcelo Frey, sobre o racismo ambiental e a importância da imprensa no destaque deste tema.
Transformar, não simplesmente reconstruir.
Heleniza Ávila Campos, professora e pesquisadora do Departamento de Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional da UFRGS, expõe como a aproximação entre políticas públicas e os interesses do mercado imobiliário levam a um planejamento urbano que exclui a população de baixa renda, tornando inclusive conveniente, nas palavras da pesquisadora, que precisem ser removidas de áreas em processo de revitalização, como o Centro de Porto Alegre. A cientista também comenta os riscos envolvidos na solução de construir cidades temporárias, e aponta princípios que devem guiar processos de planejamento que de fato pretendam considerar os interesses e as necessidades de todas as pessoas. A convidada deste episódio é uma das coordenadoras do Núcleo do Rio Grande do Sul do Observatório das Metrópoles.
Texto no Jornal da UFRGS sobre Políticas de Moradia e Habitação: https://www.ufrgs.br/jornal/direito-a-moradia-e-a-crise-climatica/
Link para notícia da Agência Pública sobre estudo da WWA: https://apublica.org/nota/chuvas-no-rs-foram-duas-vezes-mais-provaveis-de-ocorrer-por-causa-de-mudancas-climaticas/
Artigo de Marcelo Knobel sobre responsabilidade do Ensino Superior: https://theconversation.com/analise-a-responsabilidade-do-ensino-superior-na-resposta-as-mudancas-ambientais-230710
A chuva cai igual, mas os estragos reforçam desigualdades
No episódio de hoje, o geógrafo Dilermando Cattaneo, da UFRGS, comenta estudo do Observatório das Metrópoles, Núcleo Porto Alegre, que mostra como as áreas mais afetadas pela inundação na Região Metropolitana são aquelas habitadas pela população mais pobre e, majoritariamente, negra. O entrevistado também fala das diferenças e desigualdades nas zonas rurais do estado do Rio Grande do Sul.
Confira o estudo do Observatório das Metrópoles, “Núcleo Porto Alegre analisa os impactos das enchentes na população pobre e negra do Rio Grande do Sul”
https://encurtador.com.br/DxSNn
Leia a entrevista com Dilermando Cattaneo na DW
https://encurtador.com.br/s09xW
Marcia Barbosa, da UFRGS, apresenta iniciativa, que atuará em dois eixos: Monitoramento e Alerta; e Adaptação, mitigação e resiliência. Rede de Emergência Climática e Ambiental nasce para estreitar diálogo da Ciência com o poder público.
Para acrescentar na descrição do episódio: Matéria da BBC: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cekllzvjmymo
Coluna na Agência Pública: https://apublica.org/2024/05/porto-alegre-nao-deve-copiar-o-mau-exemplo-de-new-orleans/
No episódio de hoje, reportagem produzida pela Universidade Federal da Fronteira Sul traz especialista da área de Saúde Pública Veterinária e ativista envolvida nos esforços de resgate e cuidados com animais.
E-mail da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, responsável pela destinação de recursos emergenciais para cuidados com animais: sedec@mdr.gov.br
Site da FURG com informações sobre situação na Lagoa dos Patos: https://www.furg.br/eventos-extremos
O Estado é necessário na resposta à crise e na reconstrução que virá a seguir?
No episódio de hoje, Fabio Ribeiro Mendes, filósofo e educador, professor no IFSul, explica como o discurso de que civil salva civil se torna um risco à democracia.
O Reitor da FURG, Danilo Giroldo, comenta a atuação da Universidade na resposta à crise.
Artigo “Diante da catástrofe, o Estado é realmente necessário?”:
https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2024/05/diante-da-catastrofe-o-estado-e-realmente-necessario-clwfce2ue009p014x3wtci7qp.html
A região da África Oriental vem sofrendo com chuvas e inundações desde o mês de março, e já são 473 as mortes registradas. Neste episódio, Maria Cleofé Valverde Brambila, climatologista da UFABC, explica a relação desse fenômeno com as chuvas no RS e a seca em outras regiões brasileiras.
Conheça também como a Escola de Engenharia da UFRGS está colaborando com projetos para a reconstrução do RS.
Com nova previsão de chuvas para o Rio Grande do Sul, voltamos a conversar com Vagner Anabor, da Universidade Federal de Santa Maria, que fala também do nível de confiança dos modelos meteorológicos atuais.
Conheça também o aplicativo que pode ajudar na produção de alertas sobre chuvas.
Dica de notícia sobre mudanças climáticas: https://www.dw.com/en/is-climate-change-behind-all-the-extreme-weather-battering-the-world/a-69107065
Emprestamos a frase da UFCSPA para identificar episódio que abordar os desafios envolvidos na etapa em que é preciso iniciar o trabalho de limpeza.
Cristina Schneider, especialista em Saúde Pública hoje atuante na Georgetown University, volta a falar de leptospirose, abordando, além de riscos e cuidados na fase aguda, a importância de ações de prevenção em médio e longo prazos.
Site da UFCSPA Recomeça: recomecaufcspa.com
Informações sobre cadastro de voluntários para ação dos Correios: https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/unidospelors/f/99/posts/286
Aprendizados do esforço de resgates de pessoas.
Nos primeiros dias da crise, autoridades fizeram chamado a todas as pessoas e aos grupos com barcos, para que ajudassem no resgate das pessoas ilhadas pela enchente. Um dos grupos que respondeu a esse chamado reúne docente, técnicos e estudantes ligados ao Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS. O professor Maurício Paixão, do IPH, conversou com a Mariana, contando como foram esses primeiros dias, e destacando principalmente como foi possível reunir aprendizados, registrados em Nota Técnica do IPH, a serem empregados para uma reação mais rápida e eficiente em eventos futuros.
Também a partir da UFRGS, o professor Everton Silva, Vice-Diretor da Faculdade de Arquitetura, conta a abrangência das contribuições que a área vem dando nesse contexto de emergência climática.
Vai faltar arroz?
No episódio de hoje, a questão é abordada não só do ponto de vista concreto, mas também simbólico. Norma Valêncio, pesquisadora da UFSCar com mais de 30 anos de atuação na área de pesquisa em gestão de desastres, ao falar dos desafios relacionados a abrigos temporários, destaca a relevância de, por exemplo, preservar momentos de intimidade familiar como são os de alimentação. Coordenadora do NEPED, Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres da UFSCar, que completa 20 anos em 2024, ela compartilha proposições para o planejamento da instalação desses abrigos no futuro.
O programa também traz o depoimento do vice-presidente da Federarroz (entidade que representa as associações de arrozeiros), Roberto Ghigino, que afirma que, como a maior parte da safra 2023/2024 já está colhida, no Brasil não faltará arroz, ainda que, momentaneamente, haja dificuldades logísticas no escoamento da produção.
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